quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Choro que ainda há de ser um chorinho

Eu choro de Medo.
Eu choro
e é de Medo.

Medo de tudo, medo é feio.

Medo dos prédios, das armas,
das instituições políticas e sociais.
Medo das rezas, dos deuses, dos cantos, dos ritos, dos anjos,

dos poemas, da caneta e do lápis.
Medo do papel.

Medo de chorar.

Tenho medo do vidro de maionese,
medo dos chinelos, medo do homem.

Medo do dinheiro.
Medo do que se têm que vender
Medo do que não se pode comprar.

Medo de dormir, de acordar.
De não acordar eu tenho só um medinho.
Meu choro é do medo da vida, não do medo da morte.