Nas tardes de domingo não amo,
odeio.
Me odeio
odeio quem eu amo.
Nas tardes de domingo não corro,
nem ando.
Me arrasto
em busca de algo que não sei.
E quando vem a noite de domingo,
me devolver na cara
tudo o que eu não sou
tudo o que eu não consigo
todos os ideais que eu abandonei...
quando vem a noite de domingo,
me trazer toda a felicidade fingida
durante a semana,
as frustrações engolidas a seco
em toda a vida,
as perdas,
as saudades,
os amores que já se foram
ah, é o mar que vem devolver às pedras
os insultos do vento
moldando a pedra firme
como uma massa inconsistente...
ninguém vê
a onda bate, dói.
leva um pouco
traz de volta
e bate de novo
até que a pedra se acabe de vez.
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